quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

UM PRESÉPIO: MEU MUNDO E NADA MAIS...SERÁ?



Ultimo presépio montado por minha mãe já com a ajuda de meu pai em dezembro de 2012. Essa saga ela fazia desde que ficou grávida de eu em 1954


 O Natal ...tal Natal  vem chegando e eu que via um mundo de uma posição bem central, percebi que fui ficando na periferia, distanciado daquele centro,,,da familia,,,dos netos,,,das pessoas,,,das coisas,,,

Então percebo hoje que a coisa esta ficando crônica porque pra ninguém posso falar( pagando até dá) , expressar minha dor, não de poeta mas de um qualquer , ao menos, que se percebe distante, distanciado.

Casa grande, vazia, rumores, ruídos de outras épocas nas paredes...da memória. 

Importante eu? Coisa nenhuma. Nem lembram mais de nossos momentos. Recordações? Só de passagens que consideram as piores. 

Parentes? Filhos? Netos? 

Ficam cada vez mais descendentes do que parentes.

Fazer eu posso, mas nem um piu, viu! Senão vem aquela frase decorada, melada de manha cretina: "Tá jogando na cara?"

Consideração? Vaga lembrança...muito vaga.

Falei que ia com todos visitar meus velhos quase toda semana.

Cresceram, casaram, sumiram. 

Dá pra concluir que esse era o objetivo...de todos, desde o começo.

Entrei de gaiato nessa barca, desde o inesperado princípio.

Pensando naquela pergunta: Você faria tudo de novo?

Eu não! 

Continuo sentimental, mais do que nunca, mas o racional me sustenta. Never more precipitar ou forçar uma situação como eu fiz.

Olhando agora por cima de tudo dá pra ver que haviam desinteressados.

O idiota entrou na dança pensando que era a contraparte pra todo o sempre e...de repente na virada do século o mundo virou de avesso. 

Como é bom ser inocente, saber de nada. 

Ainda bem que muito motivacional invadiu as midias e no meio do lixo circulante em se garimpando dá pra encontrar um norte, uma estrela, uma mão ...até invisível mas que se faz presente, dando a impressão de uma certeza sutíl de que existe um arranjo maior do que supunha nossa vã filosofia.

Mas mesmo assim...estou profundamente decepcionado. Nada de novo no front humano, muito menos no meu, a não ser de pequenos sonhos confusos de desejos semi vazios, de materialidades que irão desiludir.

Cadê meu Natal, o presépio de minha mão, o pernil temperado do velho, as crianças arrumadinhas...todos no carro; noite de Natal no sogrão, fim de ano com a mamis?

Cadê? Meu Deus. 

Aquela correria das crianças..."Papai Noel está vindo"...a árvore e aquele monte de caixas bem embrulhadas de presentes mil....

Cadê o meu Natal? Aqueles Natais que se foram pra nunca mais voltar.

Os Natais se sucedem...mas nunca mais...alegrias que se foram...´pessoas que se foram..presépios nunca mais.

Pra onde vou, se poderia estar aqui com meu Natal, minhas alegrias, minhas fantasias, meus sonhos, meus parentes...estão por aí mas se foram e eu assim desvanecendo a cada ano, sumindo cada vez mais.

Sumindo, sem palavras porque nada posso  mais, nada sei mais.

O que quer que eu diga será taxado como choro manhoso sem sentido, no meu navio sem tripulantes: almirante solitário.

E ter que escutar: "ah, não vou lá não ele esta velho, só tem coisas velhas, sempre fala muito, explica demais muitas coisas...não gosto não...deixa o vô lá"

É difícil..sei que para muitos como eu...parentes, descendentes apenas.

Entender que uma relação pode ser trabalhada, mas não consegue ser unilateral.

Certo de que o Chefe que de tudo sabe, quem sabe estava tudo armado e eu tinha que passar pela boca dessa baleia( grande Jonatas) e depois ficar remoendo perdas e desilusões.

Massss coisas estão acontecendo. Pode ser que com missão cumprida eu possa me sentar à mesa e poder ir além das migalhas que caíram.

Obrigado Deus.

Desculpa ai.

Feliz Natal.

Uma homenagem para meus queridos amigos, com todo amor.






























Um comentário:

  1. Gostei demais. Nada mudou disso que falei. Que decepção. E eu tenho parte nisso. Deus que me perdoe.

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